A
cada dia é mais comum as pessoas terem animais em casa, principalmente cães e
gatos. E estar atento a saúde deles é muito importante. Apesar de não muito
recorrente no Brasil, a Síndrome de Wobbler não tem cura e causa ainda não é
comprovada.
O
conjunto de alterações e sintomas que envolvem a região caudal da coluna
vertebral cervical, afeta, e muito, a qualidade de vida de cães. Como não se
sabe ao certo sua causa e não existe cura, é preciso informar aos tutores sobre
a doença, pois, a descoberta precoce faz toda a diferença no tratamento.
De
acordo com a médica-veterinária especializada em Neurologia, Raiza Von
Ruthofer, a doença, que também pode ser chamada de espondilomielopatia cervical
caudal, causa no paciente um caminhar incoordenado e cambaleante, devido a um
déficit proprioceptivo nos membros. Por isso, a doença recebe o nome
"Wobbler", derivado da palavra em inglês "wobbling", que
significa "balançando". "Existem várias hipóteses etiológicas
para o surgimento da doença, sendo elas genéticas, congênitas, de conformação
corporal e nutricionais, porém nenhuma delas foi comprovada de forma integral e
satisfatória pela comunidade científica", diz Raíza.
Segundo
ela, a causa básica presente em todos os animais com a sindrome é uma estenose
do canal medular na região cervical. "Isto quer dizer que todo paciente
com síndrome de Wobbler sofre de algum grau de compressão medular. Podem ser
encontradas, na região acometida, três tipos principais de alterações que geram
essa estenose, associadas ou individualmente: deslocamento de disco
intervertebral (hérnia de disco), proliferação óssea dentro do canal medular e
hipertrofia do ligamento amarelo", explica. As raças mais afetadas são
loberman, dogue alemão, fila brasileiro, weimaraner, mastiff e rottweiler,
segundo Raíza. "O que se sabe é que raças grandes e gigantes são as mais
predispostas, sendo rara em raças pequenas", acrescenta.
ATENÇÃO AOS SINAIS
"Os primeiros sinais apresentados,
geralmente, são dor cervical e ataxia proprioceptiva, que é uma alteração da
marcha. O que os tutores relatam, em sua maioria, é um histórico crônico e
progressivo, com sinais que surgem de forma mais leve e vão se agravando ao
longo de semanas ou meses. Quando há uma descrição mais aguda, é a citada dor
cervical", comenta a médica-veterinária.
DIAGNÓSTICO
Segundo
Raíza, uma forma de diagnosticar o problema precocemente é por meio de exames
de triagem, como radiografias, em cães de raças grandes e gigantes, como forma
preventiva, mesmo que não apresente sintomatologia clínica, pois, como alguns
estudos mostram, a maioria dos pacientes com a síndrome de Wobbler é,
inicialmente, assintomática. Além disso, o controle genético e o histórico
familiar são importantes para prever uma possível ocorrência da doença.
COMO TRATAR A SÍNDROME?
"Existem
os tratamentos conservativos, em que são utilizadas técnicas não invasivas e
medicações, e os tratamentos cirúrgicos, com mais de 20 técnicas descritas para
a correção das alterações presentes na síndrome de Wobbler o que mostra o
quanto ainda precisamos pesquisar e entender sobre a sindrome", reconhece Raiza.
Segundo ela, no tratamento conservativo, são utilizados anti-inflamatórios
esteroidais ou não esteroidais; analgésicos potentes, tais como cloridrato de
tramadol e gabapentina; repouso; fisioterapia; reabilitação; acupuntura e colar
cervical para redução da tensão na região de instabilidade e da amplitude de
movimentos cervicais.
Você pode ler a íntegra dessa matéria na Revista Cães e Gatos VET FOOD
Edição março/19 235
Nossos agradecimentos à Dra.
Raíza e Revista Cães e Gatos VET FOOD
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