Sempre achei que os anjos existem e que são de carne e osso. Ontem reforcei ainda mais minha certeza. Por volta de sete da noite recebi uma ligação do meu irmão que mora no interior, avisando que minha mãe estava no hospital, desde o meio dia.
Ela havia caído no ônibus e foi levada pelo motorista para o pronto socorro. A grande questão era: como meu irmão que mora no interior foi avisado e nós os demais filhos que moram aqui em São Paulo não?
É aí que entra o anjo. Minha mãe bateu a cabeça e o rosto. Foi para o hospital e ficou lá para fazer os exames. Acontece que ela saiu sem o celular e documentos, levando apenas uma carteirinha com o dinheiro, já que pretendia ir almoçar.
Ela não sabe o número dos nossos telefones de cabeça, o que a impediu de ligar para que fossemos socorrê-la. Depois de horas de espera, uma moça (meu anjo) que acompanhava a mãe dela, que também caiu na rua, perguntou como minha mãe iria embora.
Ela disse que sozinha, pois não tinha como avisar ninguém. Acreditem esse anjo ficou preocupado com a minha mãe, que ela nunca tinha visto antes, e perguntou se nenhum dos filhos dela tinha um comércio. Minha mãe disse que sim, meu irmão tem uma padaria, mas no interior.
Meu anjo, que mais tarde soube se chamar Maria Aparecida (não poderia ser diferente) entrou no Google e encontrou o contato do meu irmão. Ligou para ele, deixou que falasse com minha mãe e então, conseguimos localizá-la.
Talvez para alguns pareça exagero, mas vocês têm noção d a bondade desta moça? Ela estava em um hospital público lotado, esperou horas pelo atendimento da mãe dela e ainda teve tempo de se preocupar com a minha. Gastou um interurbano, nem sei se o telefone dela era pós ou pré-pago. Tudo para ajudar uma pessoa que ela nunca viu.
Quando cheguei lá e perguntei seu nome, ela disse com uma doçura enorme e certo constrangimento, diante da minha gratidão: Maria Aparecida. Meu anjo tem nome de santa (para os católicos), certamente é um sinal. Não tive a oportunidade de me despedir, mas espero que algum dia, caso ela precise, Deus coloque em seu caminho alguém tão bondoso quanto ela foi.
Minha mãe está bem agora, um pouco dolorida, mas graças a Deus não quebrou nada. O próximo passo será arrumar algum mecanismo para que ela tenha nossos telefones sempre com ela, mesmo se estiver sem o celular. Se você que me lê já passou por algo semelhante e tiver uma dica para compartilhar, agradeço.
E muito obrigada Maria Aparecida, meu anjo de carne e osso.
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