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Saiba como cuidar dos idosos no verão

Gastrectomia e bariátrica




No último dia 11 de Outubro foi comemorado o Dia Mundial da Obesidade. O combate ao problema passa por políticas públicas específicas, campanhas organizadas por entidades que cuidam do tema e mais recentemente até a Câmara dos Deputados atuou sobre o tema.

Foi sancionada pelo presidente em exercício, Rodrigo Maia, no mês de junho, lei que libera medicamentos inibidores de apetite à base de anfetamina, como o femproporex, mazindol e anfepramona.

Paralelamente aos medicamentos, casos específicos costumam ser tratados de forma cirúrgica, como explica a nutricionista, Elaine Ketler Cardoso. Recentemente ela participou de palestra ministrada pelo médico Wilter Artuzi, em Campinas, na qual ele explicou como funciona o procedimento.

     Cirurgia bariátrica consiste em qualquer procedimento médico que leva a perda de peso através de redução, prega ou ligamento de estomago com o intestino.

   Hoje a bariátrica mais conhecida e realizada e a baypass, que consiste em reduzir o estomago sem a retirada do órgão. O estomago é recortado bem no início de sua curvatura, ficando com a capacidade de 20 ml, enquanto o estomago normal tem a capacidade de 1,5 ml.

A alimentação fica bem reduzida, mas não e só isso que contribui para a perda de peso. Além do tamanho do órgão, outros procedimentos juntos ajudam na inabsorção dos alimentos. Após o órgão ser diminuído ele logo é ligado ao intestino, sem a válvula de pylore, pois é ela que segura os alimentos ingeridos e vai libertando aos poucos para o intestino. Sem a válvula o alimento acaba passando direto, e o restante do estomago com a capacidade maior só vai ser ligado ao intestino um metro abaixo da primeira ligação, com isso o estomago antigo continua fazendo sua função que liberar as enzimas necessárias para a digestão dos alimentos. Todos esses procedimentos são feitos através de videolaparoscopia.

Com a divisão do estomago, a parte que libera os hormônios da fome deixa de produzi-los, que são os hormônios PYY, GL1 e  GLP2. Com a inibição desses hormônios o paciente deixa de sentir fome e até chega a ter, em alguns casos, repulsão a alimentos como o açúcar e as carnes, é a chamada síndrome de dumping.

   No entanto, para que os procedimentos sejam válidos é necessário atender a um tripé de entendimento:

- QUERER: fazer a cirurgia por sua própria vontade, não por estereótipos corporais ou opiniões de pessoas externas;

- ENTENDER: pesquisar, se consultar, procurar saber sobre e como é feita a cirurgia, com seus prós e contras;

- COMPROMETER: a fazer todas as medidas necessárias para a ocorrência da cirurgia e a permanecia dos resultados dela.

   Se qualquer uma dessas bases não for respeitada a cirurgia não é indicada e nem vai ocorrer com sucesso em longo prazo.

   INDICAÇÃO

   A cirurgia é indicada para pacientes com grande obesidade há mais de dois anos com Índice de Massa Corporal (IMC) maior que 40 Kg por metro quadrado, com IMC acima de 35 Kg por metro quadrado, que possuam doenças crônicas agravadas pela obesidade e para PACIENTES COM IMC MAIOR QUE 30 Kg por metros quadrados que sejam portadores de diabetes, pressão alta, hérnia de disco e apneia do sono.

   OBJETIVOS:

-Reduzir as comorbidades (doenças crônicas) relacionadas com a obesidade.

- Melhora na qualidade e expectativa de vida (obesos 58 a 60 anos), obesos tem a expectativa de vida diminuída em 15 anos.

   REGULAMENTAÇÃO

   O ministério da saúde através da portaria GM 628 de 26 de abril 2001 - Resolução CFM número 1942 de 2010, estabeleceu o tipo de hospital adequado, a equipe de cirurgiões aptos a realizar o procedimento de redução de estomago.

   O hospital deve estar equipado com UTI e centro cirúrgico completo, bem como uma equipe multidisciplinar, anestesista, fisioterapeuta respiratório, equipe de enfermagem completa e cirurgião médico especializado no procedimento.

   OBSERVAÇÕES

   No caso da cirurgia em mulher, é recomendado que ela previna a gravidez até um ano e meio depois da cirurgia, pois após a bariátrica a fertilidade da mulher aumenta muito devido a inibição dos hormônios do estomago que acabam mexendo com os hormônios do resto do corpo, pois estão todos interligados como em cascata. Com a baixa absorção dos nutrientes, e com o período menstrual de todo o mês a mulher acaba perdendo muito ferro e com isso, o organismo feminino não daria conta de manter a mãe e o feto mesmo com suplementação. Após um ano e meio seu organismo já vai estar estabilizado, com suplementos e o fim da perda de peso e preparado para gerar uma criança.

   É recomendado que a mulher coloque um Dil (aparelho colocado no colo do útero impedindo a passagem dos espermas), antes da cirurgia para se manter segura.

   RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS

   Com o novo tamanho do estomago deve-se mastigar bem os alimentos e devagar para não causar vomito, entalo e indisposição.
   A suplementação com poli vitamínicos, principalmente os do complexo B12 (ajudam na queda de cabelo) e ferro serão para sempre, não tomar os suplementos pode causar risco a saúde, pois com a redução da absorção dos nutrientes, só a alimentação não vai ser adequada para suprir o que o organismo necessita diariamente.

   A ingestão de proteína de origem animal é muito importante para não causar desnutrição, principalmente nos primeiros 30 dias após a cirurgia, que é basicamente alimentação liquida.

   A hidratação também é muito importante após a cirurgia, para o paciente não desidratar, então se recomenda 2L de água por dia, exceto na hora da alimentação, para não inibir a absorção do alimento.

   DIETA PÓS OPERATÓRIO

Primeira Fase: alimentos ricos em proteína e carboidratos, batidos com água e coados em peneira fina, para alimentação ficar bem liquida, tomar seis vezes por dia, lembrando que o estomago agora possui a quantidade de 20 ml. Essa dieta acontecerá por 3 dias, para repouso gástrico e cicatrização.

Segunda Fase: dieta liquida, mas sem coar por 15 dias

Terceira Fase: dieta pastosa, para fácil deglutição e transição do liquido para o solido, por mais quinze dias.

Quarta Fase: Dieta sólida, normal, comer normalmente como de costume, lembrando sempre que o estomago está menor e não suporta grande quantidade de alimentos. Preferir sempre as carnes, as frutas e os carboidratos. Açúcar, verduras não são recomendados por causa das fibras, que não são absorvidas pelo intestino e podem causar constipação.

   Ainda não há literaturas, nem estudos nutricionais para dieta de pacientes que optaram por fazer a cirurgia bariátrica, por isso a importância de sempre estar em contato com uma nutricionista e o médico que fez a cirurgia.

   Após todas essas etapas vida normal, não como antes, mas com mais qualidade de vida e disposição para começar um futuro novo, sem doenças oportunistas e com a estima bem alta.

Por: Elaine Ketler Cardoso
Nutricionista

Palestra ministrada em 4 de outubro de 2019, no Hotel Confort Inn, Alfaville, Campinas.



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