Símbolo da igualdade entre as identidades de gênero
Não foi à toa que coloquei o nome do blog de “Vivenciar
Experiências”. Acredito realmente que viver é isso. Todos os dias somos
submetidos a um número infinito de experiências que podem ou não significar
algo em nossas vidas.
A história que vou contar hoje está se tornando mais
comum do que muitos imaginam, mas acima de tudo, mostra como o “Amor” pode ser
a melhor resposta para tudo.
Ninguém possui uma fórmula exata, mas quando o que
prevalece é o amor, tudo fica muito mais fácil. Como você reagiria se seu
filho, ou sua filha, afirmasse que não se identifica com o gênero que nasceu?
Um
caso real
Maria Clara, casada pela segunda vez, vibrou quando
descobriu que estava grávida. Mesmo um pouco apreensiva, já que tinha poucos
parentes na cidade, ela é do interior, gerar uma nova vida trazia uma
expectativa nova para sua vida.
Alice nasceu linda. Loirinha, cabelinhos lisos e com
cachinhos, um verdadeiro bebê de comercial de fraldas. O tempo foi passando e
era impossível não perceber que aquela menininha tinha um comportamento mais
masculino que feminino.
“Quando ela estava no segundo ano do ensino médio,
perguntei sobre sua preferência sexual. Ela disse que tinha vontade de
experimentar meninas. Disse que deveria experimentar, para saber o que
realmente queria.
Como você encarou aquele momento?
De uma forma
natural, sempre prensando na felicidade dela.
Você lidou bem com o namoro dela com outra menina?
Quando a vi
de mãos dadas com uma menina a primeira vez, confesso que senti um incômodo,
mas pensei que deveria me preparar para aquela situação.
Como foi quando sua filha disse que não se identificava
com o gênero feminino?
Não me
surpreendeu. Primeiro porque minha intuição já me avisava e, segundo, foi bem
na época em que estava passando uma novela que abordava este assunto e aí, logo
me dei conta que estava vivendo a mesma situação em casa.
Lembra o que te passou pela cabeça?
Lembro que
pensei primeiro nele. Se era para ele ser feliz, daria todo apoio. E pensei que
iria aprender a ter um filho, visto que tive uma filha.
E como foi ver a transformação dela em um “menino”?
A minha
preocupação era com relação à sua saúde, mas meu filho é sensacional. Pesquisou
tudo, foi muito responsável e ele também se preocupa com sua saúde. E aí me
preocupei com a questão da intolerância. Nunca me preocupei com preconceito.
Como foi enfrentar a família e os amigos?
Tranquilo.
Tanto eu quanto o meu filho respeitamos a opinião dos outros. Quem não aceitou,
e foram pouquíssimas pessoas, respeitamos e pronto.
E a cirurgia? Você pensou em pedir para ele desistir?
Não, porque
percebi o quanto isso o faria feliz. Me informei com amigos médicos, que me
tranquilizaram com relação à cirurgia para retirada dos seios. Então o que eu
fiz foi apoiá-lo. Fiquei com ele no hospital. Fiquei tranquila, sempre com
muita Fé que tudo daria certo. E deu. Já faz quase três meses que ele operou.
Está se recuperando super bem e, o principal: está feliz.
Como você o vê hoje?
Um homem
lindo e feliz e o filho responsável, determinado e maravilhoso, que sempre foi.
O ser humano que ele é está acima do gênero escolhido e ele é muito respeitado
por todos que acompanharam a sua transição.
O que você diria para outras mães que estejam passando
por esse processo?
Caso perceba
um mal estar, uma dificuldade em aceitar, procure uma terapia. É importante
para encarar essa dificuldade. E o mais importante, apoie seu filho ou sua
filha. Este apoio dos pais é extremamente importante para eles.
Defina seu filho hoje.
Está feliz,
mais amadurecido com a estima alta.
Defina sua relação com seu filho.
Melhorou
muito, ficamos mais amigos, pois houve um tempo, antes dele conversar comigo
sobre sua transgeneridade, que ele estava agressivo com palavras, se afastava
quando eu tentava abraçá-lo ou beijá-lo. Já imaginava o motivo, mas respeitei o
seu tempo. Ele começou a terapia. Eu já fazia há algum tempo e isso ajudou a
ambos.
*Se
você tem uma boa experiência para contar, envie sua história. Não precisa
utilizar os nomes verdadeiros. Acreditamos que toda experiência para valer a
pena precisa ser compartilhada.
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