Tosse persistente por mais
de três semanas, febre baixa e vespertina, cansaço excessivo e prostração são
alguns dos principais sintomas da tuberculose, doença infectocontagiosa que
afeta principalmente os pulmões, mas também pode acometer demais órgãos. No
Brasil, em 2018, foram diagnosticados 72.788 casos novos de TB, segundo o
último Boletim Epidemológico do Ministério da Saúde. Atualmente, o país ocupa o
20º lugar em relação à taxa de incidência da doença mundialmente.
Com números tão expressivos,
o Dia Mundial do Combate à Tuberculose, comemorado em 24 de março, foi
escolhido para a conscientização da população sobre a enfermidade, que, no
século passado, era discriminada e levava os infectados à reclusão da
sociedade. Segundo a pneumologista do Seconci-SP (Serviço Social da Construção
Civil), Marice Ashidani, apesar de a doença possuir tratamento e cura, sua taxa
de incidência permanece alta entre populações de baixa renda.
“A condição socioeconômica é
um fator importante para a ocorrência da doença. Pessoas com pouco acesso ao
sistema de saúde e em situação de vulnerabilidade e baixa imunidade estão mais
suscetíveis”, explica a médica. “Moradores de rua apresentam 56 vezes mais
chances de desenvolver a doença, na frente dos portadores de HIV e da população
carcerária (28 vezes). Pacientes diabéticos e alcoólatras também estão no grupo
de risco”, completa.
A transmissão da tuberculose
é feita de pessoa para pessoa pelo ar por meio do bacilo de Koch que pode estar
presente na tosse e no espirro, em ambientes fechados por algumas horas. “É
preciso desmistificar que a tuberculose se propaga por beijo, compartilhamento
de copos, talheres ou por relação sexual”, reforça a médica.
A pneumologista alerta
também que nem todas as pessoas que entraram em contato com o bacilo irão
adoecer. "Na maior parte das vezes, o próprio organismo resiste. Cerca de
apenas 10% dos infectados com sistema imunológico normal desenvolverão a
doença”.
Como o bacilo tem
desenvolvimento lento, em alguns casos, mesmo que o corpo apresente resistência
no momento da transmissão, a bactéria instala-se e o adoecimento pode começar a
dar indícios anos mais tarde. Por isso, com o diagnóstico precoce, por meio de
exame de escarro e raio X de tórax, a probabilidade de transmissão diminui, uma
vez que após 15 dias se submetendo aos medicamentos, o agente transmissor tende
a ser cada vez menos contagioso.
Independentemente da melhora dos sintomas nesse período, o tratamento
deve prosseguir até completar seis meses.
Além da vacina BCG, que pode
ser aplicada no primeiro mês de vida, a prevenção se dá também pelo controle
dos comunicantes, aqueles que convivem regularmente com o infectado. Já o
tratamento consiste em um coquetel de medicamentos, oferecido de graça pela
rede pública de saúde, que pode causar efeitos colaterais como enjoos, vômitos,
indisposição, mal-estar, urina de coloração avermelhada e alteração da cor das
fezes.
Fonte: Seconci
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