De acordo com a
estimativa do INCA (Instituto Nacional do Câncer), 16.590 novos casos de câncer
do colo do útero são esperados para 2020. Também chamada de câncer cervical, a
doença é causada pela infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus
Humano – HPV, e, segundo o Ministério da Saúde, 75% das brasileiras sexualmente
ativas entrarão em contato com o vírus ao longo da vida.
Atualmente, a doença é o terceiro tipo de câncer mais comum
entre as mulheres no país. Com dados tão expressivos, a campanha Março Lilás
surgiu para conscientizar a população sobre a prevenção e o combate deste tipo
de enfermidade. Segundo o ginecologista
do Seconci-SP (Serviço Social da Construção), dr. Wilson Kiyoshi Ueda, a
prevenção está relacionada com a diminuição do risco de contágio pelo vírus.
“O Ministério da Saúde implementou, no calendário vacinal, a
vacina tetravalente contra o HPV para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a
14 anos em duas doses com intervalo de 6 meses”, explica o médico. “Ela protege
contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do vírus. Os dois primeiros são responsáveis por
90% das verrugas genitais e os dois últimos por cerca de 70% dos casos de
câncer do colo do útero”, complementa.
Mesmo com a vacina, é importante que o paciente atente para
outras formas de prevenção, como a orientação sexual, preservativos, realização
do Papanicolau — para mulheres entre 25 e 64 anos — e exames complementares,
como teste de HPV e colposcopia. Ainda assim, alguns fatores favorecem o
aparecimento desse tipo de câncer, como o início precoce de vida sexual,
tabagismo, múltiplos parceiros, uso prolongado de anticoncepcional e mulheres
imunossuprimidas (HIV, transplatadas, e outras doenças imunossupressoras).
Segundo o ginecologista, o câncer de colo do útero, quando
não tratado ou com diagnóstico tardio, pode atingir órgãos vizinhos, como
bexiga e a porção retal do intestino em nível regional e metástases à
distância. “Por isso, são importantes a prevenção e o diagnóstico precoce”,
explica.
Sinais e sintomas aparecem a longo prazo
Com desenvolvimento lento, o câncer do colo do útero pode
não apresentar sintomas na fase inicial. “Sangramentos durante as relações
sexuais ou fora do período menstrual e corrimento escuro com odor podem ser os
primeiros sinais do câncer”, explica o ginecologista. “As verrugas podem
significar o contágio com o HPV, mas têm baixo potencial de virar câncer”.
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